A aula inaugural aconteceu nesta
terça-feira (1º), na Escola Municipal Maria José de Miranda Burity, no bairro
Praia do Poço, e reuniu a primeira das duas turmas de 40 profissionais de saúde
que terão aulas nesta semana. Ao todo, 80 profissionais, dentre agentes
comunitários, técnicos de enfermagem, enfermeiros e atendentes, participarão
das aulas, com duração de 2 horas e que ocorrerão entre os meses de agosto e
dezembro. Ao todo, o curso possui carga horária de 32 horas/aulas.
Cabedelo está um passo à frente
na Inclusão Social. A rede municipal de ensino disponibiliza um intérprete de
libras para cada aluno surdo, nos três turnos. A cidade também é referência na
Paraíba como sendo a primeira a ter professores efetivos com especialidade na
área de Libras. O curso, inclusive, será ministrado pelas professoras e
intérpretes de Libras Jacqueline Borba (com bacharelado em Letras/Libras e
proficiência e especialização em Libras), Vanessa Silva e Gessinette Borba
(ambas com proficiência e especialização em Libras), que são funcionárias do
quadro efetivo da PMC.
"É com muita alegria que
abrimos as portas da escola Burity, que é uma escola padrão do nosso município,
para receber esse curso tão importante. Cabedelo, hoje, é uma cidade inclusiva.
Já temos um Centro Especializado de Inclusão e agora disponibilizamos
profissionais para a realização desse curso, que é mais uma parceria da
Educação com a Saúde e visa o atendimento de qualidade para pessoas com
deficiência. É um momento de aprendizado, e esperamos que todos possam concluir
o curso, pois nossa cidade só tem a ganhar com isso", destacou o
secretário de Educação, Alsony Meireles.
A coordenadora de Educação em
Saúde da Sescab, Alenaide Viegas, falou sobre a importância do curso e da
pretensão da Secretaria em estendê-lo para todos os profissionais.
"Acolher bem e entender o
que uma pessoa com deficiência está transmitindo e sentindo é muito importante
para quem promove saúde. Nesse primeiro momento, devido a questões de logística
e demanda, o curso é ofertado para os profissionais da Atenção Básica, mas
temos a pretensão de incluir, nas próximas etapas, os demais profissionais de
outros setores da Saúde. Também irei participar, porque é de extrema
importância para nossa formação como assistente social e, acima de tudo, para a
qualidade do serviço público”.
A iniciativa do curso partiu de
um requerimento na Câmara Municipal, de autoria do vereador Júnior Datele
(PEN), cuja ideia foi aperfeiçoada e ofertada pelo Centro de Atendimento Educacional
Especializado (Educação Inclusiva) do Município, que antes era apenas um setor
da Secretaria de Educação e que, atualmente, já atende cerca de 63 usuários com
uma equipe multidisciplinar. O Centro de Educação Inclusiva fica situado na rua
São João, vizinho à escola municipal Edlene Oliveira, no bairro de Camalaú.
Necessidade - A agente comunitária de
saúde (ACS) Valdenice Lima está fazendo o curso e demonstrou uma razão especial
para isso: ela é mãe de uma jovem com deficiência auditiva (surda).
"A implantação desse curso
é uma ideia muito boa. Eu tenho uma filha e nós já sentimos muito essa
dificuldade na nossa vida. Hoje, quando ela vai para um posto de saúde, não tem
tanta dificuldade, pois já sabe ler e escrever. Mas quando não se sabe, se não
tiver uma pessoa que fale em Libras é muito difícil para eles. Seria bom que
esse curso fosse extensivo para recepção de outros setores essenciais, a
exemplo de hospitais", sugeriu.
O estudante surdo Wallace Félix,
atualmente aluno da rede pública estadual, mas que já foi atendido pela
Educação Inclusiva do Município, fez questão de participar da aula inaugural e
de expressar, em Libras, sua satisfação com a iniciativa: "É bom encontrar
pessoas que nos compreendam em diversos setores públicos do município".
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