A Paraíba paga o pior salário inicial para policiais militares do Nordeste, com valor de R$ 2.462,83. O levantamento, feito pelo Anuário de Segurança Brasileiro, revelou que em todo o país, o Estado só ficou atrás do Rio de Janeiro. Apesar de possuir um dos melhores índices de desempenho do Brasil, os profissionais militares e bombeiros, não possuem um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e têm reajuste defasado entre as categorias. Deputado federal e pré-candidato a governador da Paraíba, Pedro Cunha Lima critica o desprezo do Governo do Estado para com os policiais e afirma que construirá o plano em diálogo com a categoria e através de estudos financeiros. Atualmente, a remuneração do policial militar é composta por soldo, habilitação, auxílio alimentação e bolsa desempenho. Apesar do último corresponder a quase 1/4 do salário, ele não é levado para a aposentadoria, o que reduz significativamente o vencimento do servidor. Entre as principais defasagens dos honorários da categoria, está também o pagamento da hora extra, sendo cerca de R$ 157 para 24 horas de trabalho, o equivalente a cerca de R$ 6 pela hora. A desvalorização fica ainda mais evidente ao se tratar da aposentadoria. Tendo direito a apenas o soldo e a habilitação, um profissional do posto de 3º sargento ao ser reformado passa a receber R$ 2.377,00. Pedro elenca que além do PCCR, é importante a implantação do subsídio para garantir a paridade salarial entre ativos e inativos.
“É inacreditável o desrespeito do governador João Azevêdo com a categoria. Antes de qualquer coisa, é preciso um policial valorizado, estimulado, que não seja massacrado como vemos hoje, já que nem o direito a uma aposentadoria digna ele tem. Depois de se arriscar a vida inteira, o policial tem o direito da aposentadoria tranquila negado, porque perde 40% do salário. É urgente a criação de um Plano de Carreira, feito através do diálogo com a categoria, de um estudo financeiro e análise da nossa realidade. Quero abrir esse caminho da comunicação e construir esse projeto alinhado com as demandas reais dos policiais”, avaliou.
Apesar de precisar de quase uma década para ser promovido, o salário entre as patentes também se encontra em discrepância, uma vez que o valor entre as categorias é equivalente, tendo perspectiva de se tornar ainda mais desproporcional em 2022. Enquanto o 3º sargento receberá R$ 4.312,73 em 2022, o soldado, posição inferior, terá R$ 4.114,73 de vencimento.
“O que vemos hoje é o resultado do descaso de João Azevêdo. Existe muito a ser feito, mas sabemos o caminho para a tomada de decisões e estou pronto para ouvir os policiais e bombeiros militares. Impossível falar de segurança pública sem tocar no assunto mais importante que são as pessoas, a parte humana que faz tudo acontecer.
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