Pesquisa realizada pela
Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou que 44% dos
municípios brasileiros estão tendo problemas com a aplicação da segunda
dose da vacina contra a covid-19. Um dos problemas é o não
comparecimento das pessoas. Para garantir que o público complete a
imunização, os gestores locais estão realizando campanhas de incentivo
e até a busca diretamente em residências.
O advogado Abelardo Jurema
Neto, da Associação Paraibana de Advocacia Municipalista (Apam),
sugeriu que a situação deve ser enfrentada pelos gestores com
criatividade, já que não existe uma lei específica que obrigue as
pessoas a voltarem para tomar a segunda dose da vacina contra covid-19.
“Tem que contar um pouco com a criatividade de gestor, contar muito com
o bom senso da sociedade, pois não se pode contar tanto com a
impositividade da lei. Não existe uma lei nacional m estadual ou
municipal que obrigue uma pessoa a se vacinar. No Brasil ainda não foi
possível viabilizar esse tipo de imposição”, explicou.
O advogado destacou que
alguns estados e municípios têm utilizado ações diversas para que as
pessoas procurem os postos e tomem a vacina, sobretudo a segunda dose.
Uma das ações adotadas é o passaporte da vacina para que seja permitida
a entrada em alguns eventos. Outra iniciativa é a questão dos postos de
saúde que fazem campanha de conscientização e busca as pessoas que não
voltaram para tomar a segunda dose, como a chamada busca ativa.
O Passaporte da Vacina passou
a ser obrigatório na cidade de São Paulo a partir da última
quarta-feira (1º). Com o objetivo de estimular a imunização contra a
covid-19 entre aqueles que ainda não procuraram os postos, o passaporte
servirá como um comprovante de entrada em eventos com mais de 500
pessoas. Apenas no primeiro dia de validade do Passaporte, o aplicativo
e-saúdeSP registrou 37 mil novos cadastros.
Outra medida que vem sendo
adotada por alguns gestores é a declaração de obrigatoriedade da vacina
para os servidores públicos municipais, de fundações e autarquias. Eles
também não podem escolher a marca da vacina oferecida nos postos de
imunização. Quem se recusar pode até ser demitido por justa causa. “A
Controladoria do município pode criar normas de controle, junto com a
Secretaria da Saúde, para que todos os funcionários apresentem a
comprovação da vacinação”, observou Abelardo.
Para ele, a partir de medidas
como essas, pode-se criar um aspecto normativo, um aspecto legal para
fazer com que as pessoas voltem para completar o ciclo vacinal. “Mas é
preciso esclarecer para a população que todas as vacinas são seguras,
recomendadas e tem seu efeito protetivo contra o coronavírus e as suas
mais variadas cepas. A segunda dose é a forma mais segura de combater e
vencer essa grande epidemia que se instalou em nosso mundo”, disse.
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