As Paralimpíadas de Tóquio
iniciam na próxima terça-feira (24) e contam com a participação de 253
atletas brasileiros. Finalizada em 8 de agosto, as Olimpíadas de Tóquio
trouxeram a melhor posição já alcançada pelo Brasil na disputa, mas a
falta de investimento ainda é uma reclamação recorrente dos atletas. Na
Paraíba, a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer está
entre os cinco órgãos com os menores orçamentos. Segundo a Lei
Orçamentária Anual (LOA) de 2021, a pasta conta com R$ 10.178.985 para
o ano.
O deputado federal Pedro
Cunha Lima (PSDB) lamenta os valores destinados ao esporte na Paraíba e
critica a falta de interesse em priorizar a pasta, fomentando a prática
de esportes através da criação de programas que contemplem novos
atletas ou apoiando projetos sociais voltados para a área que são
ferramentas de inclusão.
A paraibana Jucilene Lima
disputou em Tóquio lançamento de dardo e acabou ficando em 15º
lugar. No desabafo, a atleta contou que há 8 meses não recebe nenhum
recurso do poder público. “Tive que me virar como podia. Minha
família que me ajudou financeiramente”, escreveu nas redes
sociais.
“O poder público deve voltar
o olhar para o esporte e seu potencial de mudança na sociedade.
Investir no esporte de base, nos pequenos projetos sociais, é uma
ferramenta de inclusão social, trabalhando com crianças em situação de
vulnerabilidade social, dando novas perspectivas, ajudando na
socialização”, pontua o parlamentar.
No mês de junho, Pedro
destinou R$ 300 mil para projeto que leva artes marciais para atletas,
adolescentes e crianças em situação de vulnerabilidade na Grande João
Pessoa. Também neste ano, Pedro encaminhou R$ 80 mil para o Projeto
Beira da Linha, que atua na capital paraibana oferecendo atividades
complementares às da educação formal, além de incentivo ao esporte e
capacitação.
O parlamentar ressalta que
o portal de Transparência mostra que em 2020, o Governo da Paraíba teve
despesa de R$ 21 milhões com a Casa Civil, sendo R$ 622 mil apenas para
manutenção da Granja Santana. “É desproporcional. Isso é ver na prática
o dinheiro público sendo utilizado para manter os privilégios”,
avalia.
Segundo a LOA, as únicas
secretarias que receberam menos do que a pasta de Juventude e Esporte
foram a Secretaria de Estado Desenvolvimento e da Articulação Municipal
(R$ 4,5 milhões); Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade
Humana (R$ 2,9 milhões); Secretaria de Estado da Representação
Institucional (R$1,8 milhão) e Secretaria de Estado da Articulação
Política (R$ 232 mil).
No Brasil - Dados
divulgados pelo Estadão e obtidos através da Lei de Acesso à Informação
(LAI) mostram que, entre os programas de incentivo, houve redução de
mais de R$100 milhões de investimento no ‘Bolsa Atleta’, principal
programa que contempla os competidores brasileiros. Conforme o
levantamento, a queda no orçamento foi de 17% de 2017 a 2021 - a
única registrada desde a criação do projeto, em 2005.
Outra análise, dessa vez
feita pela Folha e com dados do projeto Transparência no Esporte, da
Universidade de Brasília, atualizados com base no Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), revela que, de modo geral, o Governo
Federal reduziu R$ 350 milhões para o ciclo de Tóquio.
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