Com a vitória nas urnas, encerra-se o debate entre vencidos e
vencedores, começando um novo ciclo para as gestões municipais: a transição de
governo. Muitos gestores ainda não sabem, mas o não cumprimento desse processo
pode resultar em punições que vão desde a perda de cargo, decretação de
inelegibilidade, reparação e recomposição de danos e até detenção. “A transição
não é uma concessão do prefeito que está no cargo para o que foi eleito. É uma
obrigação e precisa ser encarada dessa forma pelos agentes públicos”, ressaltou
o advogado Marco Villar.
Ele cita que o primeiro passo é a formalização
do processo de transição de governo, com o envio de ofício ao atual gestor
contendo o nome da equipe de transição governamental e, em seguida, que o
gestor providencia a regularização do processo, por meio de um Decreto ou
Portaria, determinando os integrantes e o funcionamento dos trabalhos. Depois,
é a vez de das tarefas relacionadas aos diagnósticos, levantamento de dados,
transmissão de informações importantes e, por último, a produção do Relatório.
“São muitos os pontos trabalhados, mas entre
eles, citamos como essenciais o diagnóstico da situação orçamentária,
financeira e patrimonial (mobiliária e imobiliária); as dívidas, reservas
financeiras e estoques; a prestação de contas de convênios celebrados com a
União e com o Estado; situação de Pessoal; as despesas obrigatórias com a
Educação e com a Saúde e à conta do Fundeb; repasse do duodécimo da Câmara”,
citou Marco Villar, que junto com uma equipe de advogados elaborou uma Cartilha
com as principais questões do processo de transição.
Equipe – Os integrantes da equipe de transição devem obedecer,
prioritariamente, critérios técnicos. Conforme explicou Villar, a preferência
são profissionais que atuem nas áreas de planejamento público, Jurídico,
orçamentos públicos, finanças e contabilidade pública, Recursos Humanos,
suprimentos governamentais, infraestruturas Civil e de Tecnologia da
Informação, além de Saúde e Educação.
“A principal finalidade os integrantes é
justamente promover a transição do governo no plano operacional e executivo, ou
seja, a referida equipe deve contar com a designação de pessoas que detenham
conhecimentos correlatos aos temas a serem tratados”, ressaltou.
Os trabalhos técnicos e relatórios conclusivos
da equipe de transição devem ser apresentados ao prefeito eleito e comunicado
aos órgãos fiscalizadores antes da posse dos eleitos, para que sejam adotadas
eventuais providências. Falhas e irregularidades detectadas podem e devem ser
informadas aos órgãos competentes tão logo se tenha conhecimento.
Cartilha – Essas e outras informações, detalhes e um passo a passo de como
deve ser realizada uma transição de governo estão na cartilha elaborada pelo
escritório Marco Villar Associados e disponibilizada de forma gratuita. “É
nosso desejo contribuir para o processo de transição de governo nos Municípios.
Assim o fazendo, podemos compartilhar nossas experiências pautadas pela
transparência e pelos ótimos resultados em tudo que diz respeito às questões
públicas”, afirmou o advogado
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