O
novo coronavírus tem sido o centro das atenções de saúde nos últimos
meses, mas com a chegada das chuvas a população não pode descuidar de
doenças já conhecidas como a dengue, chikungunya e zika, que assim como a
Covid-19 são graves problemas de saúde pública. O infectologista do
Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas, pede a população cuidado
redobrado neste período do ano e explica que essas são doenças mais
presentes em países de temperaturas mais elevada devido à característica
de sobrevivência do mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti.
De acordo com o último Boletim
Epidemiológico de Arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde no mês
de junho, o país soma um total de 823.738 casos prováveis de dengue,
40.352 casos prováveis de chikungunya e 3.692 casos da zika.
Já na Paraíba, os dados do
último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, também
divulgado em junho, apontam 3.393 casos prováveis de dengue, 402 de
chikungunya e de zika foram registrados 81 casos prováveis. “Estamos
tendo um número significativo no número de casos, principalmente da
dengue, mas a chikungunya também está presente e a zika, esse
último, talvez com um retorno do vírus sob mutação e o que não se
sabe é se quem já teve zika pode vir a ter novamente”, alerta o médico.
O especialista recomenda que a
população continue combatendo a propagação da doença com medidas já
conhecidas como evitar o acúmulo de água parada, fazer uso de repelente
no início da noite e, se puder, usar tela de proteção nas janelas que é
uma medida muito eficaz. “Todas essas recomendações vão contribuir para
que não tenhamos dois problemas ao mesmo tempo, que é uma arbovirose
associada ao risco já existente, que é a Covid-19”, reforça Fernando
Chagas.
As arbovirose – O
infectologista do Hospital do Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas,
explica que as três doenças são de origem viral e provocadas pelo mesmo
vetor, o Aedes Aegypti. Segundo ele, o que difere a dengue, da
chikungunya e a zika é o comprometimento que cada uma delas pode trazer
para vida do indivíduo.
A dengue é a mais clássica e o maior
problema é ela evoluir para uma forma grave. “É importante a partir do
quinto ao sexto dia da doença observar a presença de dor abdominal e
vômitos, porque, para esses casos, é necessário buscar uma unidade de
urgência, já que é uma doença que pode matar”, reforça.
A chikungunya atinge células da
cartilagem, causando dores articulares, sendo esta a maior característica
da doença. “Geralmente não causa morte, porém o indivíduo acometido pela
doença pode ficar até três meses e, em alguns casos, se tornar crônica em
pessoas que já tenham doença autoimune ou problemas nas articulações. É
uma doença que acaba afastando a pessoa acometida das suas atividades
diárias, por conta das dores que até para responder a antinflamatórios ou
analgésicos são de difíceis controle-resposta”, difere.
Já a zika tem como grande
problema as repercussões neurológicas que ela pode causar. “Ela pode vir
a ocasionar a síndrome de Guillain-Barré, que é quando o indivíduo começa
a perder forças nos membros, em alguns casos, precisando, inclusive ir
para UTI e na mulher grávida pode ocasionar a Microcefalia, fazendo com
que a criança passe a depender para o resto da vida dos pais e/ou
familiares pela falta de desenvolvimento do crânio, então alguns funções
básicas podem ficar prejudicadas”, contemporiza.
Apesar
da diferença está no comprometimento que as doenças ocasionam aos
indivíduos afetados, algo que as tornam comum são os sintomas, sendo a
febre ou o quadro febril o mais comum, além das dores no corpo, dor de
cabeça, manchas na pele e coceira.
A
dengue não deixa sequelas, a zika pode deixar como sequela a
Guillain-Barré ou, no caso de mulheres grávidas, a microcefalia nos
bebês. Já a chikungunya, o indivíduo pode ficar com a forma crônica da
doença por um período de dois a três anos, que são dores articulares
crônicas, às vezes, podendo ficar sem conseguir andar direito, sem fazer
atividades domésticas e outras atividades do dia a dia por conta das
dores
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