Com o advento da crise
causada pela pandemia de Covid-19,
muitas pessoas buscam ajudar, de alguma maneira, os mais vulneráveis
socialmente. O grupo “Amor ao Próximo” sabe bem o que é isso e sintetiza a ação
de voluntários que arregaçam aos mangas e põem a mão na massa – literalmente.
O projeto nasceu em
março deste ano e distribui, uma vez por semana, em Campina Grande, cerca de 50
quentinhas a moradores que vivem pelas ruas centrais da cidade. Um número
pequeno, mas que, segundo os organizadores, pode ser expandido caso haja
interesse da sociedade em colaborar com a iniciativa.
“A gente sabe das
dificuldades que estamos vivendo atualmente por conta do novo coronavírus, só
que outros seres humanos estão mais suscetíveis e à mercê da própria sorte. Foi
por isso que resolvemos agir e fazer alguma coisa por eles [moradores de rua]”,
explica Sheylla Letícia, umas das responsáveis do movimento que não tem vínculo
religioso nem político.
Segundo Sheylla, no
início, as poucas arrecadações de comida somavam-se ao dinheiro que os
integrantes do grupo davam espontaneamente para a compra dos alimentos, só que
agora os custos estão “pesando” e preocupando os voluntários. A ansiedade de
não conseguir tocar para frente o projeto convive ao lado dos que doam seu tempo
alimentando e promovendo assistência a quem precisa.
“Um gasto que nos
preocupa é com a carne para a mistura. Afinal, tem que ter. Outras despesas
também aparecem, mas com esforço não deixamos nosso trabalho morrer. Por isso
que quem puder nos ajudar – seja com o que for: arroz, feijão, macarrão, carne
etc – receberá o nosso fiel agradecimento”, diz.
Outra necessidade tem
sido com os descartáveis, material usado para colocar as refeições dos
moradores. Copos grandes para sopas, talheres e embalagens para quentinhas
fazem parte dos itens que também podem ser doados por quem se interessar.
Falando em sopa, ela tem
sido mais uma alternativa de refeição a ser entregue. Mas não só. O grupo
resolveu preparar também um café da manhã e distribuir a quem faz da rua o seu
lar. Entretanto, toda semana há uma divisão do cardápio do qual vai ser
oferecido; um vez café, outra vez almoço, outra vez a janta.
Embora as opções pareçam
apenas satisfazer a nutrição alimentar dos moradores de rua, uma carência é
sentida por eles – a falta de cobertores, agasalhos e até mesmo roupas. É por
isso que, segundo Sheylla, um pedido ecoa daqueles que mal tem o que vestir e
sentem o castigo do frio à noite. Os dados da Agência Executiva de Gestão das
Águas do Estado da Paraíba (Aesa) comprovam isso. Conforme a instituição, há
uma tendência de temperaturas baixas e chuvas dentro da média histórica ou
acima da normalidade.
De acordo com
meteorologista da Aesa, o inverno começa no dia 20 de junho e o clima frio só
deve desaparecer a partir de setembro, quando surge a estação da primavera.
Se o frio pode perturbar
neste período, o projeto “Amor ao Próximo” acredita que o calor do coração das
pessoas pode ajuda-los na causa. Foi assim que os integrantes disponibilizaram
os contatos pessoais, na intenção de que as pessoas possam ajudar, fazendo
doações de alimentos, dinheiro, e, para quem quiser, conhecer de perto a
filantropia. Os números para contato são: (82) 9 9929-1140; (83) 9 9167-1370;
(83) 9 9971-9454; (83) 9 8195-1996.
A entrega das quentinhas
acontece aos domingos nos principais pontos centrais de Campina Grande, entre
eles a Praça Clementino Procópio e as mediações do Viaduto Elpídio de Almeida.
(Texto: Yago
Fernandes; Imagens: Reprodução)
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