A deputada estadual e presidente da Comissão da Mulher na Assembleia Legislativa da Paraíba, Camila Toscano, defendeu uma maior participação das Casas Legislativas municipais em debates sobre feminicídio no Estado. Para a parlamentar, os alertas sobre o tema precisam ser feitos diretamente para as mulheres que estão justamente nos municípios, mais próximas dos vereadores.
“Ficamos felizes com essa iniciativa dos vereadores Lico e França para realização dessa sessão especial. Temos que levar essa iniciativa para outros municípios para que o maior número de mulheres possam participar e conhecer de perto a realidade que vivemos na Paraíba. É importante trabalharmos a Lei Maria da Penha nas escolas. É preciso começar pela base, nas escolas com as nossas crianças para que no futuro possamos acabar com a cultura machista”, disse a deputada.
O vereador Lico (PSB) disse que o tema é importante para alertar as mulheres sobre as violências domésticas. “Propomos essa discussão para contribuir com esse alerta para as mulheres. A deputada Camila Toscano tem toda razão quando diz que o debate precisa ser feito nos municípios para a população. Demos a ideia para criação de uma peça de teatro sobre o tema para que seja apresentada nas escolas, por onde devemos começar”, destacou.
A vereadora França (PTN) destacou que seu mandato tem uma atuação voltada para a proteção das mulheres e reafirmou apoio a deputada Camila Toscano no projeto de levar as discussões sobre feminicídio para todo o Estado. A parlamentar chegou a aprovar na Câmara um projeto de sua autoria que cria a patrulha Maria da Penha no município. A matéria aguarda a sanção do prefeito.
Segundo a juíza do Juizado de Violência Doméstica da Comarca da Capital, Rita de Cássia, existe um aumento gradativo da violência doméstica na Paraíba. Assim como Camila, a juíza defende que o trabalho contra o machismo seja iniciado pela educação, nas escolas. “Temos que colocar de forma curricular temas como direitos humanos, direitos das mulheres, as questões de gênero. A formação dos filhos dentro do lar também é algo para ser discutido. Hoje ainda se cria menino diferente das meninas e essa diferença pode refletir mais à frente negativamente com a violência contra as mulheres. O Brasil é um país que não respeita suas mulheres e isso precisa mudar”, afirmou.
A secretária de Estado da Mulher e Diversidade Humana, Gilberta Soares, disse que o número de casos de mortes de mulheres na Paraíba vem caindo ao longo dos anos, mas afirmou que é preciso manter discussões sobre o feminicídio. De acordo com ela, este ano a Paraíba registrou 30 mortes de mulheres de janeiro a maio. “O Estado trabalha para zerar essa estatística, mas precisamos dizer que o trabalho precisa ser feito por todos nós, principalmente nas bases, nos municípios e por isso, espaços como esses são essenciais”, disse.
Durante a sessão, o deputado Cabo Gilberto (PSL) disse que é preciso mais atenção do poder público para a prevenção referente aos casos de feminicídio. “Nós como legisladores precisamos trabalhar com esse foco de prevenção, sobretudo na base, na infância. Nesse caso, o melhor seria a construção de leis que possam ser desenvolvidas nas escolas do nosso Estado. O que não dá mais é ver o aumento dos casos de mortes de mulheres”, observou.
Também estiveram presentes na sessão a delegada da Mulher de Bayeux, Conceição Casado; a secretária das Mulheres do município, Da Luz César, além de vereadores e representantes das secretarias de educação e saúde.
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