A deputada estadual Camila
Toscano (PSDB) participou, nesta quarta-feira (4), da audiência pública
promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba
(OAB-PB), para discutir a desinstalação e rebaixamento de comarcas no
Estado. “Sou advogada, estou deputada, e sei como funciona e não
funciona a nossa Justiça. Essa mudança não vai melhorar o serviço, como
argumenta o Tribunal de Justiça, vai sobrecarregar as comarcas que já
estão sobrecarregadas”, disse.
Camila lembrou que era representante do povo e disse que estava ali
para externar as reclamações das pessoas. “Imaginem a pessoa humilde
que conseguiu a duras penas um defensor público e que tem que se
deslocar 40 kmpara ir e 40 km para voltar de uma audiência. Aí o juiz
não vai, o promotor não vai, e a audiência é remarcada, como sempre
acontece. Pergunto:quem pagará esse custo? O mesmo vale para o advogado
que tem que se deslocar. Estaremos dificultando ainda mais o acesso a
Justiça, algo que já é tão difícil”, relatou.
O presidente da OAB-PB, Paulo Maia, afirmou que a tentativa de fechar
comarcas reduz o acesso À Justiça e atinge as camadas mais indigentes
da população. “O Estado da Paraíba é um dos mais pobres da Federação.
Segundo dados estatísticos, metade da população vive abaixo da linha da
miséria, situação que não permite o mínimo de dignidade para o ser
humano. Muito mais que o acesso a Justiça, a presença do poder
Judiciário nas comarcas dá o empoderamento da população destas cidades,
o fortalecimento no combate a todas as mazelas que atingem a
população”, declarou.
O representante do Tribunal de Justiça, o juiz auxiliar da presidência,
Marcial Ferraz, disse que o processo de desinstalação será feito por
meio de uma resolução que deve ser levada ao pleno nos próximos 30
dias. “São vários aspectos para essa medida por parte do Tribunal de
Justiça, como econômico e jurisdicional. Muitas comarcas ficam sem
juízes por uma série de fatores. Com isso a prestação jurisdicional
seja afetada. Com os agrupamentos de comarcas esses serviços ficarão
mais dinâmicos”, destacou.
Segundo dados da Associação dos Analistas e Técnicos do Poder
Judiciário da Paraíba (Astaj), o TJPB pretende fechar 15 comarcas,
passando das 79 atuais para 64, o que prejudicará mais de 230 mil
paraibanos.
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