Foram iniciadas na manhã
desta terça-feira (26), no Auditório do Departamento de Psicologia da
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), as atividades do ciclo de palestras
sobre gestão da água na Paraíba, promovido pelo Programa de Gestão Ambiental
nas Empresas (PGAMEM), desenvolvido pelo Centro de Ciências e Tecnologia (CCT).
A primeira exposição teve como tema “Gestão do abastecimento de água a partir
do Acude de Boqueirão: realidade e perspectivas da Cagepa”, proferida pelo
engenheiro e gerente regional do órgão estadual, Ronaldo Menezes.
O encontro reuniu estudantes
dos cursos de Engenharia Sanitária, Licenciatura em Química, Biologia,
Geografia, Farmácia e Química Industrial com o propósito de ampliar o debate
sobre a situação hídrica de Campina Grande e região, bem como apresentar aos
alunos da UEPB uma visão prática sobre os conceitos trabalhados em sala de
aula. Nesta primeira palestra, proferida pelo engenheiro Ronaldo Menezes, foram
abordadas várias questões relacionadas à crise hídrica enfrentada pela cidade
de Campina Grande e demais municípios que são abastecidos pelo Açude Epitácio
Pessoa, construído em Boqueirão.
Dentro da explanação do
regente regional da Cagepa Borborema, o ano de 2011 foi o último momento de
cheia no manancial. De lá para cá, foram sucessivos períodos de seca que
culminaram com a chegada do volume de água em apenas 2,9% do seu total, que
corresponde a cerca de 12 milhões de metros cúbicos, uma vez que o reservatório
tem capacidade para armazenar 411 milhões de metros cúbicos de água.
“Em 18 de abril deste ano, o
volume do açude caiu para 11.974.060 metros cúbicos, a menor marca da história.
Posteriormente, o reservatório foi ganhando recarga após a chegada das águas da
transposição do Rio São Francisco, através do Rio Paraíba. Hoje (terça-feira)
nós estamos com 35.381.983 de metros cúbicos, o que corresponde a 8,6% do
volume total. Na prática, tivemos um aumento de 5,05 metros na lâmina, uma vez
que tivemos um aporte hídrico de 23.407.923 metros cúbicos”, explicou Ronaldo.
Dentro de suas considerações,
ele ainda fez referências às questões históricas relacionadas à construção do
açude, os avanços na captação de água, tomada de fundo, utilização de bombas
flutuantes, construção das adutoras que transportam a água até os municípios
atendidos, além de como é feito o tratamento e a distribuição da água, principalmente
para a cidade de Campina Grande, maior localidade de destinação da água contida
no reservatório de Boqueirão.
Sobre o aprofundamento dessas
questões abordadas na palestra, o professor Antonio Augusto Pereira de Sousa,
coordenador do PGAMEM, afirmou que são em momentos como esse que surgem as
oportunidades para tratar de casos reais com os alunos para que a formação
acadêmica tenha mais condições de oferecer melhores alternativas e
possibilidades de debates sobre casos concretos. Ele afirmou que o Programa
oferecerá, até o ano que vem, um total de 10 encontros para promover maior
integração entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas na
Instituição.
“Atualmente, temos 11
projetos de extensão, 12 projetos no Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (PIBIC) e na área de ensino vamos trabalhar esse ciclo de
palestras em comemoração aos 10 anos do PGAMEM, em que a gente visa aproximar
da realidade do mercado uma demanda que está existindo para contextualizar aqui
dentro da Universidade. A UEPB tem que se aproximar com o que o mercado está
exigindo. Por isso, estamos trazendo palestrantes do setor empresarial,
acadêmico, de serviços e comércio para apresentar uma visão sistêmica daquilo
que a universidade pode atender com seus graduandos, com seus projetos de
pesquisa e de extensão”, explicou professor Antonio Augusto.
Dando continuidade ao ciclo
de palestras promovidas pelo PGAMEM, o segundo encontro está programado para o
dia 16 de outubro, das 15h, no Auditório III da Central de Integração
Acadêmica, e terá como tema “Desenvolvimento Tecnológico, Pesquisa e Inovação:
realidade e perspectiva na Paraíba”. Desta vez, a palestrante será a cientista
da Computação, com doutorado em Engenharia Elétrica, Francilene Procópio Garcia.
Para William de Paiva,
professor da UEPB e integrante do PGAMEM, os temas escolhidos para os eventos
são atuais e cada vez com mais possibilidade de aprofundamento. “Os temas foram
escolhidos para termos uma visão acadêmica sobre tudo que se passa na sociedade.
A demanda hídrica de Campina Grande, por exemplo, sempre deve ser debatida por
se tratar de elemento de primeira necessidade. É desta forma que o PGAMEM está
promovendo o ciclo de palestras, que deve abordar toda a questão hídrica, numa
visão de quem vivencia a realidade dos fatos, implicação tecnológica, as
alternativas de mercado e muitas outras questões.
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